Quinta da Arrancada
Uma das aldeias portuguesas de que mais gostava o Prêmio Nobel José Saramago em suas andanças está localizada na Serra da Gardunha. Conserva um castelo do século XII, uma fonte barroca e um lagar comunitário talhado na rocha, onde a uva era pisada para fazer vinho.
É neste cenário histórico que se encontra a Quinta da Arrancada, uma propriedade com uma área de 20 hectares, situada ao sul da Serra da Gardunha, próxima da aldeia Ninho do Açor, na região de Beira. Foi adquirida pelos atuais proprietários em 1974, e desde então tem sido alvo de várias intervenções sempre com o intuito de valorizar e aproveitar as excelentes potencialidades, quer das condições climáticas quer do tipo de solo.
Os vinhos ali são produzidos e engarrafados por Paulo Lalanda. Nas castas tintas apostaram em variedades com grande potencial na região, como a Trincadeira e a Aragones/Tinta Roriz, não se esquecendo da Touriga Nacional, esta última não tão popular por ali, mas de grande interesse enológico. Em relação às castas brancas, plantou-se Fernão Pires, Arinto e Fonte Cal
Personalidade e temperamento
Uma das estrelas do portfólio da Quinta da Arrancada, a uva Trincadeira é de origem lusitana, produzida especialmente nas áreas mais quentes do país, como na região do Alentejo, Douro e Ribatejo. Suas maiores características são personalidade e temperamento, traduzindo, resulta em vinhos de acidez fresca e notável, de bom corpo, aromáticos e repletos de notas frutadas.
Outro destaque na vinícola é a Tinta Roriz, originária do Douro, uma casta vencedora quando se trata de combinações à mesa. Classicamente harmonizada com cordeiro, esta uva também é fantástica com outras carnes vermelhas e porco assado. Alimentos que evidenciam ervas aromáticas captam o saboroso carácter balsâmico desta uva, que é cultivada há séculos no Alentejo, mas com o nome de Aragonês.