Cravada em Alcanhões, no Centro de Portugal e na região vitivinícola do Tejo, colada a Lisboa, a Quinta da Ronca é dona de um portfólio cobiçado, entre tintos Reserva e Gran Reserva que enchem Portugal de orgulho (uvas Alicante Bouschet, Syrah), além de vinho branco (100% Arinto, com seis meses em madeira) e rosé (100% Touriga Nacional).
Nos brancos, o perfil traduz-se em vinhos muito aromáticos, frescos e elegantes. Os tintos são muito equilibrados, frescos e com taninos distintos. No nariz, sobressai a fruta.
Entre as características mais emblemáticas da região, uma grande amplitude térmica: no verão pode chegar a 41° C. Ali, os dias bastante quentes asseguram a maturação da fruta. As noites, frescas e úmidas, diminuem o estresse hídrico das videiras, dando às uvas características que permitem fazer vinhos de grande qualidade e com potencial de guarda.
A grande amplitude térmica, explica o produtor, aumenta o desafio no controle do teor alcóolico: 14,4% no caso dos Gran Reserva e Reserva, e 12,5% no caso de brancos e rosés. O rosé é feito a partir de uvas plantadas na parte de baixo da vinha; já o tinto e o branco, de uvas da parte de cima. Além disso, o branco fica por seis meses em madeira antes de ser envasado.
São 300 toneladas de uvas produzidas anualmente. A maior parte dessa produção é vendida in natura, e apenas uma pequena parte é utilizada ali mesmo na fabricação de vinhos Gran Reserva especiais (3ton), Reserva (15ton), rosé (4,5 ton) e brancos. (10 ton). Dessa maneira, a Quinta da Ronca consegue oferecer um produto exclusivo de característica artesanal, e elevada qualidade.
Produz anualmente 3.000 garrafas de vinhos, das quais 1.250 garrafas estão chegando ao Brasil. Um feito inédito da Adega Cascais e Quinta da Ronca, que exportava apenas para os EUA e a Espanha.
"O Brasil é um mercado consumidor que muito nos interessa, pois é enorme", ressalta Duarte Durão, que toca o negócio iniciado pelo avô desde 1974 - ano da Revolução dos Cravos. "Meu bisavô já produzia vinhos aqui desde 1940", comenta.
Com a expansão dos negócios para o Brasil, Durão anuncia a compra de mais 18,5 hectares de vinhas. Entre as novidades, vêm aí uvas como Antão Vaz, Fernão Pires, Tinta Roriz e Rabo-de-Gato.