A Adega do Montado dedica-se à produção e comercialização de vinho, em Serpa e nasceu de um sonho de um dos sócios: plantar uma vinha no Alentejo e dar a conhecer a região ao mundo. Em 2015 nasceu a vinha. Em 2019 foi construída a Adega. Um projeto familiar que cruza gerações e que está alicerçado na paixão pelo campo e pelo mundo dos vinhos.
Prêmios:
A construção simbólica do Alentejo - ao sul de Portugal na obra da poetisa lusitana Florbela Espanca (1894 - 1930) tem sabor de saudade . Ao passo que, para o pensador italiano Umberto Eco (1932-2016), trata-se de uma das regiões europeias com a respectiva identidade cultural preservada. Sobram predicados sobre o Alentejo em bibliografias de prestígio mundo afora, não à toa, estamos falando da região vitivinícola portuguesa com maior diversidade de tipos de solos.
"O Alentejo tem cor, tem vida e dá vida", diz Carlos Santos, administrador da Adega do Montado, empresa familiar, dona de um portfólio cobiçado. As imensas planícies cobertas de verde, amarelo dourado e até mesmo de castanho nos dão uma paleta de cores e emoções.
Plantar a vinha, comenta Santos, foi também o concretizar de um sonho de menino. Uma homenagem ao pai (José) e ao avô (João) que o ensinaram sobre a arte de conviver com a terra. "O Alentejo dá sentido à vida", ressalta o administrador, sobre os vinhos feitos ali, que expressam a essência da região, com personalidade, alma e excelência. Tudo isto em harmonia estabelecida entre a tradição e o moderno.
Harmonia estabelecida entre a tradição e o moderno
Entre as castas cultivadas na Adega do Montado, destacam-se as brancas Antão Vaz, Arinto e Viognier e as tintas Sangiovese, Touriga Nacional, Touriga Franca, Syrah, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. Vinhos que nos fazem despertar os sentidos e que nos remetem para uma viagem de sensações fortes. Que dá vontade de harmonizar com boa companhia.
A rainha das uvas tintas portuguesas, a Touriga Nacional tem origem no Dão, tornando-se, portanto, a casta símbolo da terra dos grandes poetas Luís de Camões e Fernando Pessoa. Em tempos de moderna vitivinicultura, já na segunda metade do século XX, ganhou novo vigor, com os enólogos e agrônomos tendo maior entendimento de suas características e trabalhando para, pouco a pouco, melhorar sua produtividade sem descaracterizá-la. Assim, de coadjuvante em muitos vinhos (é uma das castas na composição do Vinho do Porto), ela aparece também em varietais modernos e saborosos, de grande elegância. Resulta em vinhos muito escuros e com aromas bastante poderosos. Por isso, é uma das estrelas da Adega do Montado.
Outra grande aposta ali é a uva branca Arinto, de versatilidade marcante. Considerada por muitos como uma das melhores uvas brancas de Portugal, a Arinto é capaz de dar aos vinhos produzidos a partir dela uma acidez pronunciada, ao mesmo tempo em que traz aromas discretos. O frescor é exatamente sua principal característica. Alguns de seus vinhos ainda possuem potencial para envelhecer em garrafa, agregando complexidade. Tem origem em Bucelas e, hoje, é cultivada em diversas regiões portuguesas. Como no simbólico e literário Alentejo.